19 de julho de 2008

Centro Comercial para que te quero?

No outro dia, numa conversa sobre modelos territoriais, foi-me apresentado o conceito de Centro Comercial enquanto sorvedor de dinheiro, definição com a qual me identifiquei bastante.

Começou o referido senhor (cuja identidade não posso aqui revelar, mas apenas assegurar a sua autoridade no assunto) por dizer: "Centros comerciais? Nem me venha com essa conversa!", acrescentando " Um centro comercial é, do ponto de vista das dinâmicas territoriais, o maior sorvedor de dinheiro que existe, senão veja:

- É totalmente autista relativamente ao território onde é implantado;
- Não aproveita nenhum dos inputs da paisagem circundante, já que toda a sua constituição vem de fora;
- Está normalmente agarrado a operações imobiliárias que têm tanto de ambiciosas como de desastrosas;
- Um vez inaugurado, convida todos os locais a largarem o seu dinheiro, comprando coisas que, a maior parte das vezes, nem precisam;
- Esse dinheiro é rapidamente canalizado para um ponto distante da sua origem (falamos portanto dos bolsos de alguns senhores). Não há dinheiro a ser aplicado no local onde o centro está colocado;
- São sempre grandes mamarrachos."

Os centros comerciais são as grandes superfícies comerciais do nosso tempo. Não sou fundamentalista (e ingénuo) ao ponto de propor a sua abolição da face da Terra.

(Que seria de nós sem o nosso passeiozinho domingueiro pelo shopping, vestidos com o nosso melhor kit do Benfica?)

Penso que são um mal necessário. Mas que necessidade há de sermos o país com o maior índice de centros comerciais per capita da Europa?

(É que acho que já nem há portugueses pançudos benfiquistas, devidamente aperaltados, para povoar tantos shoppings, mas ainda tenho de confirmar os dados estatisticamente)

Diria que é quase tão bom como sermos o país detentor do recorde da maior feijoada do mundo!


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