10 de agosto de 2008

Vida e morte do espaço público

Li há poucos dias um artigo que me cativou bastante, não só pela temática, mas pelo tom com que foi escrito. Transcrevo para aqui apenas um excerto:

«Onde durante 60 anos secou a camisola do Eusébio, já não poderá mais secar a camisola do Cristiano Ronaldo porque alguém um dia entendeu que roupa estendida é feio... Feio, diriamos nós, é desperdiçar energia e dinheiro numa máquina de secar para se fazer uma coisa que a cultura popular há muito tinha resolvido com dois paus e um fio.

Uma cidade é como uma casa, precisa das impressões dos seus habitantes cravadas nas suas paredes, no seu chão, nas suas árvores, nos seus bancos...Precisa de testemunhos , de roupa estendida...é importante que o espaço público possa ser objecto da imprevisibilidade, da interacção e das marcas do quotidiano de quem nele habita e não apenas de um cenário asséptico que obedece a um manual de condutas castrador.

Mestre Siza, podemos pôr um estendal em Serralves?»


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