7 de janeiro de 2009

Deus quer, o Homem sonha a obra nasce...e a crise???

O começo do ano televisivo para José Sócrates aconteceu na SIC. Sobre o que disse apenas me pronuncio aqui sobre uma única coisa - o destino das obras públicas.

Penso que todos saberemos, tirando uma ou outra, quais são estas grandes obras públicas de que todos falam. E saberemos também as necessidades que o país tem na sua concretização.

O primeiro-ministro disse ontem que "se as grandes obras públicas faziam sentido antes da crise, agora fazem ainda mais sentido".

A verdade é que quando se fala de obras públicas da envergadura de um novo aeroporto ou de linhas de alta-velocidade (e/ou velocidade-alta como especificou ontem o eurodeputado Miguel Portas), fala-se de uma grande envergadura. Pequenos jumbos digamos.

Se são as obras públicas que nos permitem manter em funcionamento as grandes máquinas empresariais (que mexem todas as outras), também são elas que contribuem activamente para o endividamento nacional.

Em alturas de crise devemos ser ultra-ponderados nos passos que damos e apostar sobretudo nos investimentos que originem sequencialmente novos investimentos. Devemos ser rigorosos nas estimativas e antever as derrapagens. E, sempre que possível, fasear de forma sustentável as grandes transformações no nosso território.

Podia agora invocar um sem número de ditados populares, até porque acredito que nas alturas mais difícieis, é esta a sabedoria que mais nos ensina. Quem tudo quer tudo perde...Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar....Devagar se vai ao longe...

Mas o nosso território está dilacerado e desviado completamente do seu potencial virtuosismo. E, por isso, prefiro invocar o nosso Sonhador e dizer que se Deus quiser e o Homem sonhar...a obra nasce.. E se esse parto estiver a ser difícil, não optar pelo aborto, mas procurar os melhores obstetras.


Sem comentários: