25 de junho de 2007

A bandeira do verde

No ano passado Al Gore participou em “Uma verdade incoveniente”, um documentário em jeito de filme hollywoodesco. Antecipou-se a outros tantos políticos com preocupações ambientais e agarrou o filão. Bush, líder do país mais poluente do mundo, tornou-se no vilão da história e perdeu.

Hoje em dia, o político ecologista ganha mais de um milhão de dólares por cada apresentação que faz à volta do mundo.

Há pouco mais de um mês, os mayors e governadores de 500 cidades norte-americanas insurgiram-se contra o laconismo nacional relativamente ao protocolo de Quioto e comprometeram-se a cumpri-lo ainda que localmente. Propõe-se as mesmas a reduzir, até 2012, 10% das emissões de gases relativamente aos valores de 1990. Bush seguiu atrás e ficou a perder.

Mais recentemente, aquando da cimeira dos G8 na Alemanha, Merkel desafiou as oito potências mais influentes do mundo (e também algumas das mais poluentes) a reduzir 50% das suas emissões de dióxido de carbono até 2050. Bush, a medo, lá reconheceu o facto consumado de que estamos a passar por um período de grandes alterações climáticas.

No Reino Unido, o conservador David Cameron ganhou as eleições internas do seu partido com o slogan “vote blue, go green”. Tony Blair seguiu atrás e ficou a perder.

Mas quem são afinal os bons da fita? A verdade é que no domínio da política, infelizmente, tudo vale. Distinguir entre aquilo que é uma verdadeira defesa de valores daquilo que é apenas oportunismo político é muito difícil.

Por cá os políticos de todos os quadrantes também vão percebendo que o verde pode ser um filão. Tanto a nível nacional como a nível local.

Encontramo-nos num período quente na cidade de Lisboa. Mais de uma dezena de candidatos disparam em todas as direcções numa tentativa de agarrar votos. E ultimamente têm sobressaído aqueles que vestiram a camisola das melhorias ambientais. E neste caso não interessa tanto o background político. Costa vestiu-a, Negrão vestiu-a, Roseta e Sá Fernandes vestiram-na…

O verde como imagem vende. E como campanha angaria votos. O que podemos e devemos fazer é, optando por votar nos políticos que fazem do ambiente a sua bandeira, tentar de entre os vários que o fazem, perceber aqueles que nos parecem mais credíveis.

O tempo nos dirá se tomámos a direcção correcta.

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