18 de janeiro de 2009
10 de outubro de 2008
O parque do arroz
Trata-se de um parque urbano, passível de ser utilizado por todos os estudantes e outras pessoas que por ali passem enquanto parque, mas onde o ciclo do arroz serviu de mote.
O parque foi desenhado seguindo todos os princípios do cultivo do arroz, o que permite que além da parte pedagógica, o parque tenha também alguma importância comercial.
Além do mais, e para quem, tal como eu, está do outro lado do mundo, as fotografia mostram um lugar bonito.












9 de setembro de 2008
27 de agosto de 2008
Para o infinito...e mais além
Os Jogos Olímpicos (JO) acabaram. Como tudo o que é bom de resto. Por isso porquê falar deles agora, justamente no fim?
Poderia falar das controvérsias da cerimónia de abertura (sim, foram manipuladas parcialmente em computador), ou da colocação do relvado no Ninho de Pássaro (sim, foi colocado em menos de 48 horas), ou mesmo do magnífico edifício da piscina (sim, António, é mesmo magnífico, e tem uma estrutura capaz de controlar mais eificazmente as características termodinâmicas e vibratórias da água). Poderia até dizer que este foi um dos mais bem sucedidos acontecimentos desportivos olímpicos de sempre, quer em termos de preparação, quer em termos dos recordes batidos, ou mesmo do espírito desportivo.


O fim dos JO torna mais pertinente falar do que acontecerá depois. Bem, imediatamente depois teremos os Jogos Paralímpicos, que decorrem entre 6 e 17 de Setembro. Mas….e depois disso?
Li há uns dias que uma das principais razões pelas quais as cidades competem tão selvaticamente entre si pelos JO é a oportunidade de remodelarem totalmente as suas infra-estruturas, assim como a sua imagem global. De um modo geral, essa reestruturação urbana da cidade anfitriã é sempre feita. No caso actual, Pequim pareceu determinado em fazer isso, não só na cidade, como no país inteiro.
O principal objectivo destas grandes mudanças extravasa naturalmente as duas semanas em que duram as competições. Por isso, quando se trata de avaliar o seu sucesso em termos urbanísticos, o maior triunfo reside, quanto a mim, na capacidade de integrar o novo tecido na malha urbana já existente. Isto é determinante na actualização do carácter de uma cidade, sem contudo destruir a sua alma. Por isso, e do ponto de vista urbano, os jogos ainda agora começaram.
Para já não estamos em condições de avaliar esse sucesso em Pequim, mas apenas a constatar que o plano foi, nalguns aspectos, feito de forma inteligente. Que o digam as universidades que vão beneficiar de novas instalações desportivas. A tentação de criar grandes complexos desportivos pós-olímpicos (como o caso de Barcelona) é enorme e quase sempre, desastrosa. Os chineses determinaram, e bem, que cada pavilhão passasse a ser administrado por uma universidade. Com isto conseguem não só garantir o seu uso, como também os custos na sua manutenção.
Mas nem tudo são vantagens. O governo chinês admitiu já a catástrofe em que se está a tornar Pequim, pelo aumento significativo do trânsito, da poluição ou pela destruição quase completa dos hutongs, os bairros típicos (a uma velocidade de 600 bairros por ano).
A outra coisa que podemos fazer a esta altura do campeonato, é comparar este caso com o que foi acontecendo às ex-cidades olímpicas.
Sarajevo, cidade anfitriã dos JO de Inverno – 1984, está praticamente esquecida desse glamour antigo, resultado sobretudo da destruição e dificuldades económicas da guerra civil bósnia. Os campos desportivos foram transformados em campos de batalha e campos de refugiados.




Atlanta albergou os JO em 1996, depois de um boom na construção, sentido desde 1990. Muitas estruturas desportivas eram temporárias, algumas foram reaproveitadas por campus universitários como pavilhões ou estádios, como o da Universidade de Georgia, ¾ do Estádio Olímpico foram deitados abaixo para se tornarem a nova casa dos Atlanta Braves, e apenas a Chama Olímpica permanece intacta, perto do Aeroporto de Hartsfield, como um monumento à história que mudou para sempre aquela cidade.


Atenas teve não só a capacidade de ser duas vezes a anfitriã olímpica nos JO modernos (1896 e 2004), como de utilizar, dessas duas vezes, o mesmo estádio, o Panathinaiko. O estádio foi desde então usado para muitos acontecimentos, e aproveitado pela FIFA, enquanto estádio de Futebol.

A cidade de Moscovo (JO 1980) constitui uma das grandes decepções dos últimos acontecimentos olímpicos do séc. XX, tendo vindo a provar-se mais como uma desculpa para várias operações imobilárias desastrosas. O próprio estádio Luzhniki permanece como um reduto decadente da União Soviética.


Montreal está ainda actualmente a pagar pelos erros cometidos no verão de 1976. O estádio olímpico, com uma torre cujo objectivo era o de controlar a cobertura retráctil, só ficou completo em 1987, e mesmo essa cobertura não foi possível manter devido aos ventos que assolam a região. Tudo piorou em 1991, quando uma parte da torra caiu e, mais uma vez, em 1999, quando uma área de 350 m2 simplesmente colapsou.


Londres, que será o palco da próxima edição, em 2012 já admitiu que não necessita de mais um complexo desportivo, pelo que o estádio, com capacidade para 25.000 pessoas, (seja qual for a versão) será efémero. Chicago, um candidato para 2016 pensa ir pelo mesmo caminho.



21 de agosto de 2008
7 de abril de 2008
A China em 10 anos
Após ter visto a palestra de Norman Foster na DLD Conference em Munique, pus-me a fazer contas. Umas contas muito simples, mas daquelas que deixam qualquer um estarrecido.
Comecemos por comparar três das maiores potências mundiais – os E.U.A., a Federação da Rússia e a República Popular da China – em dois parâmetros, a sua população e o tamanho do seu território:
E.U.A.
População – 300 milhões de habitantes
Território - 9 629 091 km²
FEDERAÇÃO DA RÚSSIA
População - 152 milhões de habitantes
Território - 20 100 500 km²
República popular da China
População - 1,31 bilhão de habitantes
Território - 9.640.821 km²
Atentando ao facto de que, por razões diversas, apenas cerca de metade do território russo é realmente habitado, conseguimos uma base de comparação, ainda que teórica – as três potências estendem-se em territórios os quais, apesar de substancialmente diferentes, têm tamanhos semelhantes.
No que respeita à população, a Rússia detém cerca de metade dos habitantes do E.U.A., enquanto que a população chinesa é quase 4 vezes e meia superior à americana.
Tomando em consideração os factos apresentados, juntemos agora aqueles que são talvez a mais importante infra-estrutura das sociedades da comunicação – os aeroportos. Actualmente, os E.U.A têm cerca de 10.000, a Rússia 1.500 e a China cerca de 150. De ordens de grandeza diferentes, os números espelham bem sociedades também muito díspares.
Mas a grande notícia, e simplesmente por não me ter apercebido disso antes, foi dada por Norman Foster há poucos dias em Munique. Disse o Arquitecto que, na próxima década, a China irá construir 400 (sim quatrocentos) novos aeroportos no seu território. Quarenta por ano, três por mês…e poderemos continuar a fazer contas…
O quer isto dizer? Bom, assim dito provoca tanta admiração que diremos logo que os valores orbitam noutra escala. É certo que a China representa, per se, outra escala, outra economia, outra força, e até outra cultura, mas num esforço comparativo das diferentes potências mundiais, o que significa construir 400 novos aeroportos num espaço temporal tão curto?
Pela discussão tão acesa que estamos a ter por causa do nosso (modesto) novo aeroporto, depreende-se que a construção de uma infra-estrutura tão importante, prende-se com factores como a localização, o tamanho, o desenho, as implicações económicas, urbanas e ambientais, o espaço aéreo e os seus fluxos, as acessibilidades e, no fundo, todas as dinâmicas evolutivas territoriais. A sua construção deve ser cautelosa e a pergunta que se impõe é a de como será possível gerir tanta informação, não para um, mas para 400 novos espaços destes.
Norman Foster, cujo gabinete tem estudado algumas destas novas catedrais em território chinês, termina este raciocínio perguntando-se que forma deverão ter os novos espaços. Penso que a pergunta é muito mais vasta e profunda. Que alterações provocarão estes novos espaços, implementados de forma tão autoritária, do ponto de vista social, ambiental, económico e urbano. E, sendo os aeroportos, espaços para as pessoas, terão sido as pessoas consideradas no seu processo de desenvolvimento que é, no fundo, o processo de desenvolvimento de toda a China?
China, 10 years from now
After having seen Norman Foster’s lecture at the Munich DLD Conference, I started making some calculations. Simple as these calculations may have been, they left me quite overwhelmed.
Let’s start by comparing three of the world’s most powerful nations, the U.S.A, the
Population – 300 million
Territory - 9 629 091 km²
Population - 152 million
Territory - 20 100 500 km²
people’s Republic of china
Population - 1,31 billion
Territory - 9.640.821 km²
Considering the fact that, for a number of reasons, only about half of the Russian territory is inhabited, we manage to come up with a basis for comparison, even if only theoretical – these three nations are built upon territories that, apart from their obvious differences, have similar sizes.
When it comes to the population count,
Having shed the light on these facts, we now turn to consider those that are seen as possibly the most important infrastructures of the so-called communication societies – airports. Presently, the
But the big news, quite simply because I just became aware of it, was given by Norman Foster a few days ago, in
What exactly does this mean? Well, put this way it causes such bewilderment that we immediately believe these values are, to say the least, out of the ordinary. It’s true that
Considering the all too discussed matter of where the new Portuguese airport is to be built, we can understand that for such an important infrastructure, conditions such as location, size, design, economical, urban and environmental implications, air space and traffic, accessibility and all the possible territorial evolutions, must be taken into account. Such an ordeal must be cautiously planned and the question that imposes itself is that which asks how it will be possible to manage so much information, not for one but for 400 of these new spaces.
Norman Foster, whose office has been studying some of these new cathedrals in Chinese territory, ends this thought asking himself what form these new spaces are to adopt. I believe it is a much deeper, pressing question. What changes will these new spaces bring, imposed in such a totalitarian manner, from the social, environmental, economical and urban points of view? And, being airports spaces for the people, have they really been even thought of in this process of development, which is, in truth, the process of growth of